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As opiniões aqui emitidas não refletem o pensamento da Editora.

Colecionador de cadernos

Por Paulo Pazz



Sou um colecionador de cadernos, porque suas folhas esbranquiçadas me causam pulsações estranhas. Vibra-me a necessidade quase desesperada de escavar estórias submersas na alvura de suas páginas virgens.

Abro lentamente cada caderno e, primeiro, deslizo meus dedos na textura lisa que me causa um frescor na pele. Fecho os olhos e uma aragem gostosa repleta minhas narinas com cheiro de tinta.

Aí, mil fantasias deslizam lerdas entre as palavras em cores que imagino na composição de minhas estórias encantadas.

Amo cadernos por sua servidão, sua solicitude, seu mutismo diante do lápis que os violenta, emitindo leves barulhinhos, fazendo cócegas, madrugada afora.

Amo cadernos por participarem de minhas inspirações. São tábulas rasas em que desfio meus lamentos e rabisco meus céus de encantamento... E eles aconchegam meus sorrisos e afagam meu prantear.




Amo cadernos porque se fazem de cais onde ancoram todas as minhas naus e descansam todas as velas do mundo!

Amo cadernos porque são feitos de folhas que se abraçam!



 

Autoria



Paulo Pazz é licenciado em Letras pela UFG-CAC, Professor pelo Estado de Goiás e Membro da ACL - Academia Catalana de Letras. Também é revisor e colunista da Revista Portalvip (com circulação em toda região sudeste de Goiás), integrante da Comissão julgadora das Olimpíadas da Língua Portuguesa desde 2014, ator integrante da Cia Express’arte e instrutor de “Contação de Causos" pelo Centro Cultural Labibe Faiad (Catalão/GO). Participou da mesa redonda O fazer Poético e do Sarau de Poesias (ambos do I FLICAT UFG) e do Festival Literário do Cerrado – FLICA (Ipameri-GO), edições I, III e IV. Mantém a Página literária do blog Recanto das Letras, do site da UOL, desde Outubro de 2008. Recebeu oito premiações em concursos literários mantidos pela UFG (a primeira em 1993), cinco premiações pelo SESI-Arte e Criatividade (nas categorias Conto e Poesia) e o Prêmio “Trabalhador da Indústria” pelo SESI. Participou de duas antologias poéticas publicadas pelo SESI – Serviço Social da Indústria e publicou os livros "Palavra Lavrada", "Transfiguração" e "Manual do Desesquecimento".




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