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Aos meus amigos

Por Paulo Pazz





Meus amigos! Onde quer que estejam, Deixarei, aqui, confesso, Que sou também vítima Do tempo que me esvaziou De nós e dos nós da juventude. É com o pesar nos olhos E com o peso dos ombros Que me descubro apartado da magia Dos nossos quinze anos E já não abraço a fotografia envelhecida Nas gavetas do tempo ido


Meus amigos! Tenho o comprido dos olhos Voltados para nossa estrada velha, De terra batida e poeira e lama. Tenho os olhos voltados Para o cumprir das risadas Que ríamos da vida. Tenho cumprido o pacto silencioso De ser alegre onde quer que eu vá, Ainda que a tristeza de não mais sonhar Com as estrelas que vigiávamos Insista em tomar os meus dias de gente grande.


Meus amigos! Muitos de nós nos perdemos No correr das horas ancoradas Nas retinas de nossas vidas. Muitos de nós nunca mais Haveremos de nos encontrar, Apesar do trato feito Entre nossas brincadeiras de antes, Apesar de jurarmos enfrentar Todos os nossos monstros da infância (os verdadeiros monstros hibernavam Dentro do nosso silêncio de agora)...


Meus amigos! Há muito não caminho na noite, Nunca mais corri pelas ruas, Abraçando o amarelo do sol. Não mais esperei algum de vocês, À primeira luz da manhã, Sentado na calçada mal amanhecida.


Cresci E comigo cresceram as intempéries do mundo Que me forçaram a procurar abrigo Longe do aconchego dos seus abraços. Cresci Fundindo-me às areias de uma ampulheta Sobre a estante da sala invisitada de mim. Cresci... Crescemos... Infelizmente!





 

Autoria


Paulo Pazz é licenciado em Letras pela UFG-CAC, Professor pelo Estado de Goiás e Membro da ACL - Academia Catalana de Letras. Também é revisor e colunista da Revista Portalvip (com circulação em toda região sudeste de Goiás), integrante da Comissão julgadora das Olimpíadas da Língua Portuguesa desde 2014, ator integrante da Cia Express’arte e instrutor de “Contação de Causos" pelo Centro Cultural Labibe Faiad (Catalão/GO). Participou da mesa redonda O fazer Poético e do Sarau de Poesias (ambos do I FLICAT UFG) e do Festival Literário do Cerrado – FLICA (Ipameri-GO), edições I, III e IV. Mantém a Página literária do blog Recanto das Letras, do site da UOL, desde Outubro de 2008. Recebeu oito premiações em concursos literários mantidos pela UFG (a primeira em 1993), cinco premiações pelo SESI-Arte e Criatividade (nas categorias Conto e Poesia) e o Prêmio “Trabalhador da Indústria” pelo SESI. Participou de duas antologias poéticas publicadas pelo SESI – Serviço Social da Indústria e publicou os livros "Palavra Lavrada", "Transfiguração" e "Manual do Desesquecimento".


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