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Tempo de Esperas

Por Fabiana Esteves



Outro dia, estávamos na fila para pegar o elevador rumo às terapias (uma das minhas gêmeas é autista) quando, logo à frente, chegou um casal bem jovem com uma filhinha de uns dois anos, dotada de toda a energia própria da idade.


O pai começou a brincar com ela de esconde-esconde. Enquanto a pequena contava até dez virada para a pilastra, o pai se escondia. Alguns segundos depois, todas as pessoas da fila (que não eram poucas) estavam envolvidas na brincadeira, ajudando a menina a encontrar o pai e rindo assim que ela achava.


Se eles conhecem teorias sobre desenvolvimento infantil, não sei. Se leem livros sobre disciplina positiva, também não sei. Mas o afeto transbordou dos braços do pai e do sorriso da mãe vivendo aquele intenso fragmento familiar de dia. as peraltagens do filho de tenra idade, na flor do movimento, gritando com ele, sacudindo-lhe os braços e talvez desferindo-lhe um tapa bem dado. Mas não. Eles estavam planejando os tempos de espera da filha. Se precisamos esperar, esperemos com qualidade. E sem querer, ocuparam também nossos tempos de espera.


Esquecemos os pés cansados, o atraso no consultório, a previsão de chuva forte e o engarrafamento que nos aguardava lá fora.


Se eles conhecem teorias sobre desenvolvimento infantil, não sei. Se lêem livros sobre disciplina positiva, também não sei. Mas o afeto transbordou dos braços do pai e do sorriso da mãe vivendo aquele intenso fragmento familiar de dia.


Podemos fazer diferente, podemos encarar uma espera com desdém, raiva ou afeto. A gente é que escolhe.


Laís e Ísis, filhas de Fabiana Esteves




 

Autoria



Fabiana Esteves é Pedagoga formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNiRIO) e Especialista em Administração Escolar. Trabalhou como professora alfabetizadora na Prefeitura do Rio de Janeiro e no Estado do Rio com Educação de Jovens e Adultos. Trabalhou como assessora pedagógica e formadora nos cursos FAP (Formação em alfabetização Plena) e ALFALETRAR, ambos promovidos pela Secretaria de Educação do mesmo município. Também foi Orientadora de Estudos do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, programa de formação em parceria do município com o MEC. Em 2015 coordenou a Divisão de Leitura da SME de Duque de Caxias (RJ). Atualmente, é Orientadora Pedagógica da Prefeitura de Duque de Caxias, onde tem se dedicado à formação docente. Escritora e poeta, participou de concursos de poesia promovidos pelo SESC (1º lugar em 1995 e 3º lugar em 1999) e teve seus textos publicados em diversas antologias pela Editora Litteris. Escreve para os blogs “Mami em dose dupla” e “Proseteando”. Publicou os livros “In-verso”, "Pó de Saudade", "Maiúscula" e "A Encantadora de Barcos". É mãe das gêmeas Laís e Ísis.


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