Por Paulo Pazz
Somos escravos de uma sociedade carpe diem. O ontem morreu, não tem valor, e o amanhã não interessa ainda.
Era tanto sorriso e encantamento com o palhaço Xerife, o apaixonante Shazan e a estrambólica Camicleta que não importava para a gente se as cenas eram em preto e branco.
O brilho do trio era maior que tudo!
Estórias simples agigantavam-se no nosso imaginário infantil, todas as tardes.
Lembro que, onde quer que eu estivesse, a trilha sonora do seriado catapultava pelo ar e me sequestrava para viver alguns minutos de puro lirismo, assistindo a dois seres comuns como qualquer brasileiro comungarem do nosso sorriso.
A parafernálica Camicleta não tinha o poder do martelo de Thor e nem os superpoderes do Homem de Aço. Era um amontoado de ferro construído a partir de uma bicicleta e um punhado de sonhos.
Aí é que estava o elemento mágico das estórias encantadas!
Mas meus heróis envelheceram e o mais humano e divertido deles se foi... Decepcionado com as crianças ingênuas que adultaram e se aviltaram, assim, sem mais, nem menos, nem meio menos. Meu herói das tardes ficou lá atrás e virou peça descartável em um mundo cheio de cores e desamores.
Dói muito ver como os idosos são (não)tratados!
Autoria
Paulo Pazz é licenciado em Letras pela UFG-CAC, Professor pelo Estado de Goiás e Membro da ACL - Academia Catalana de Letras. Também é revisor e colunista da Revista Portalvip (com circulação em toda região sudeste de Goiás), integrante da Comissão julgadora das Olimpíadas da Língua Portuguesa desde 2014, ator integrante da Cia Express’arte e instrutor de “Contação de Causos" pelo Centro Cultural Labibe Faiad (Catalão/GO). Participou da mesa redonda O fazer Poético e do Sarau de Poesias (ambos do I FLICAT UFG) e do Festival Literário do Cerrado – FLICA (Ipameri-GO), edições I, III e IV. Mantém a Página literária do blog Recanto das Letras, do site da UOL, desde Outubro de 2008. Recebeu oito premiações em concursos literários mantidos pela UFG (a primeira em 1993), cinco premiações pelo SESI-Arte e Criatividade (nas categorias Conto e Poesia) e o Prêmio “Trabalhador da Indústria” pelo SESI. Participou de duas antologias poéticas publicadas pelo SESI – Serviço Social da Indústria e publicou os livros "Palavra Lavrada", "Transfiguração" e "Manual do Desesquecimento".
Fanpage: https://www.facebook.com/paulopazz
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