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As opiniões aqui emitidas não refletem o pensamento da Editora.

Estações

Por Amanda Meireles



Eu amo as viradas de estações, são as melhores manhãs do ano! Engraçado que eu nunca marco no calendário, nunca me programo para esperar esse dia. Então, por mais que eu ame e aconteça de quatro em quatro meses, sou sempre surpreendida pelo aroma daquela brisa peculiar (sim, pra mim ela tem um cheiro). É quando eu paro no meio do quintal, abro meus braços e fecho meus olhos; paro tudo, para apenas sentir o que a natureza está oferecendo. Não sei ainda explicar a sensação que esse vento me traz. É algo tão singelo e ao mesmo tempo tão profundo! É como se meu interior fosse renovado junto com aquela estação.


A brisa da virada vem pra lembrar que o mundo continua girando. A vida continua acontecendo. Os dias quentes e iluminados do verão estão se retirando para que entre os dias mais amenos do outono com seus renovos frutíferos. Mas daqui a pouco a Terra gira mais um pouquinho, sua distância em relação ao Sol varia outra vez e cá estamos nós envolvidos em dias frios e cinzentos. Tão certo quanto calor e frio, chuva e Sol, é que literalmente o mundo dá voltas. E graças a essas voltas, estamos sempre experimentando novas estações. Felizes são os que conseguem expirar os novos ares e perceber as viradas da vida, o tempo do novo chegando.


Curioso é que o mesmo vento de mudança que nos garante a constante rotação do mundo, me leva a um momento único em que o mundo todo para naquele espetáculo de sensações. Por menos de cinco minutos, meu mundo inteiro fica estagnado no meu quintal, quando expiro o ar da nova estação; meu mundo congela no instante em que meu filho põe suas mãozinhas no meu rosto e diz que me ama; o mundo para de girar quando minha filha me escolhe para confidente e divide seu coração comigo. São pequenos momentos, tão breves que corremos o risco de deixar passar despercebido. Mas se conseguimos capturá-los, ficarão eternizados dentro da gente. Quando foi a última vez que o seu mundo parou?


Como diria minha musa inspiradora Adélia Prado: “tem mesmo alguma coisa no mundo que obriga o mundo a esperar”.




 

Autoria



Amanda Meireles nasceu em 09 de outubro de 1983, em Duque de Caxias. Mãe apaixonada de Isabela e Isaque, estudante de Psicopedagogia, defensora da inclusão e do acolhimento, intérprete de Libras há 11 anos, autora do livro "O Jeito Que Ana Ouvia".

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