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A tecnologia não é a vilã desta história (Parte 2)

Por Fabiana Esteves


Adolescente sorrindo ao ver celular

Depois de uma reunião sofrível na escola da Ísis, pensando na educação e sua… seria involução? Desenvolução? Qual seria o vocábulo mais certo para representar uma instituição que caminha a passos largos, mas não em direção ao futuro, e sim ao passado? Não conheço palavra que descreva tal movimento. Não é um movimento lógico, muito menos saudável. O que leva um professor, no ano de 2023, a dizer que nada se aprende utilizando um celular? O que leva um professor a dizer que nenhum emprego no mundo vai lhe exigir a habilidade no uso do smartphone? A quem esta instituição pretende enganar? E em que mundo vivem os pais que acreditam nesta balela? Já escrevi sobre isso antes e nem pensei que seria necessário voltar neste tema. Logo hoje, dia em que decidimos no trabalho liberar o tablet e o aplicativo de comunicação alternativa para um de nossos alunos que sofre com dificuldades na dicção. Hoje, dia em que decido não comprar mais livros físicos pois há um mundo de possibilidades, uma biblioteca gigante me esperando num clique pelo Kindle Unlimited. O mundo é largo, e urge. É colorido, dança e conquista a atenção deles, como diz a coordenadora da escola, não temos como competir com ele. Ora, a geração enjaulada nas cadeias da educação tradicional está continuando os estudos em salas virtuais. Eu não sei se consegui disfarçar meu olhar de desdém diante de discurso tão fora do tom. Onde aprendo sobre inclusão? No Facebook. Minhas filhas aprenderam inglês no celular, assistindo vídeos no YouTube e séries no Netflix. Ísis aprimora a leitura nos vídeos legendados de histórias japonesas, aprende História no Tiktok e descansa das interações criando universos enquanto escuta música. Laís se esbalda nos podcasts literários do Spotify, lê no Kindle e organiza suas leituras no Skoob, além de procurar vídeos que expliquem conteúdos que ela não conseguiu entender em aula(!). Um dia depois da fatídica reunião, viajo no trem acompanhada de jovens da periferia que escrevem poesia e recitam os versos ritmados em cada vagão depois de, educadamente, pedirem permissão. Onde eles mostram seu trabalho? No Instagram. Eu creio. Creio na multiplicação dos colegas de profissão que, com um pequeno aparelho na mão, podem mostrar um mundo novo aos seus alunos. Porque o conhecimento é colorido, dança e conquista muitos por onde passa. Você vem?



Laís e Ísis, filhas de Fabiana Esteves.





 

Autoria


Autora Fabiana Esteves

Fabiana Esteves é Pedagoga formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNiRIO) e Especialista em Administração Escolar. Trabalhou como professora alfabetizadora na Prefeitura do Rio de Janeiro e no Estado do Rio com Educação de Jovens e Adultos. Trabalhou como assessora pedagógica e formadora nos cursos FAP (Formação em alfabetização Plena) e ALFALETRAR, ambos promovidos pela Secretaria de Educação do mesmo município. Também foi Orientadora de Estudos do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, programa de formação em parceria do município com o MEC. Em 2015 coordenou a Divisão de Leitura da SME de Duque de Caxias (RJ). Atualmente, é Orientadora Pedagógica da Prefeitura de Duque de Caxias, onde tem se dedicado à formação docente. Escritora e poeta, participou de concursos de poesia promovidos pelo SESC (1º lugar em 1995 e 3º lugar em 1999) e teve seus textos publicados em diversas antologias pela Editora Litteris. Escreve para os blogs “Mami em dose dupla” e “Proseteando”. Publicou os livros “In-verso”, "Pó de Saudade", "Maiúscula", "A Encantadora de Barcos" e "Coisas de Sentir, de Comer e de Vestir". É mãe das gêmeas Laís e Ísis. Blog: http://fabianaesteves.blogspot.com


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