top of page
Para receber novidades, inscreva-se:

Obrigado pelo contato!

Este é um blog de participação espontânea e colaborativa.

As opiniões aqui emitidas não refletem o pensamento da Editora.

50 livros no ano. Será Possível?

Por Fabiana Esteves


Polêmica na internet, pois, em grupos de leitores há muita gente postando que leu 50 livros no ano. Alguns acham que é mentira, enganação, outros acham que a leitura foi mal feita, que tinha que ser devagar, pausando, procurando as palavras novas no dicionário, anotando os acontecimentos principais…


Acho que não tem a ver com a maneira de ler, se rápido ou devagar, e sim com o tempo livre que a pessoa tem. O livro te envolve e você vai embora, segue se você tem tempo livre. Eu lia muito, às vezes um de manhã e outro à tarde, mas eu tinha tempo livre, coisa que não tenho mais. Às vezes quero continuar, mas preciso parar porque estou cheia de coisas para fazer.


Não acho que a pessoa leia muito para competir com outra, ou pra se mostrar. Lê porque gosta. Minha filha Laís tem 12 anos e lê um livro de 200 páginas às vezes num dia só, ela tem tempo, está de férias, e vejo que gosta, parece que só fica feliz quando está lendo alguma coisa. Durante as aulas não tinha quase tempo, e vivia amuada, dava pena de ver... Ísis também tem me procurado para que eu leia em voz alta, ou ela mesma se aventura em Harry Potter, e inventa diálogos para travar com suas novas bonecas negras... Eu confesso que fiz a minha meta de leitura para 2021, mas coitada! Está recheada de títulos que eu comecei e deixei pela metade. Uma lástima! Enquanto Laís já entrou 2021 comemorando o fim da ressaca literária (está no segundo livro!), eu não posso dizer o mesmo. Nem a minha autora preferida está rolando…


Relendo os comentários (alguns até ofensivos) na rede social, tenho para mim que há muita gente querendo mandar na maneira com que o outro se relaciona com a leitura… Inclusive eu, que talvez não esteja reconhecendo o meu próprio jeito de ler como válido. Rápido, quase nunca começo pelo início, não paro para procurar palavras novas, muitas vezes largo os romances pela metade, vagueio nas crônicas e mastigo muita poesia nessa vida sem nunca engolir. Preciso aprender a respeitar o meu próprio ritmo. Preciso respeitar o direito número 3 dos Direitos do leitor, de Daniel Pennac, o "direito de não acabar um livro". E o número 1, o "direito de não ler".


Pronto, falei. Ou melhor, escrevi. Tudo no meu tempo, na minha cadência… Cada um na sua.

Ísis e Laís, filhas de Fabiana Esteves



 

Autoria


Fabiana Esteves é Pedagoga formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNiRIO) e Especialista em Administração Escolar. Trabalhou como professora alfabetizadora na Prefeitura do Rio de Janeiro e no Estado do Rio com Educação de Jovens e Adultos. Trabalhou como assessora pedagógica e formadora nos cursos FAP (Formação em alfabetização Plena) e ALFALETRAR, ambos promovidos pela Secretaria de Educação do mesmo município. Também foi Orientadora de Estudos do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, programa de formação em parceria do município com o MEC. Em 2015 coordenou a Divisão de Leitura da SME de Duque de Caxias (RJ). Atualmente, é Orientadora Pedagógica da Prefeitura de Duque de Caxias, onde tem se dedicado à formação docente. Escritora e poeta, participou de concursos de poesia promovidos pelo SESC (1º lugar em 1995 e 3º lugar em 1999) e teve seus textos publicados em diversas antologias pela Editora Litteris. Escreve para os blogs “Mami em dose dupla” e “Proseteando”. Publicou os livros “In-verso”, "Pó de Saudade", "Maiúscula" e "A Encantadora de Barcos". É mãe das gêmeas Laís e Ísis.





Deixe seu comentário

Posts recentes

logo-panoplia.png
bottom of page